24.8.05

amanhã ou depois

Nasci nos carris de mármore deste telhado de bruma.
Uma aranha me abriu os braços quentes de erva queimada e me apontou o lugar.

Ali! Não voltes ao barco.
De hastes de musgo, o leão ainda está vivo.
Entrelaça todos os caminhos e morre com uma gota de luar nas mãos.

Não, esta abelha azul veio do meu ventre de água. Sai daqui com um sorriso pálido nos olhos. Mas vem amanhã
ou depois. Colher as constelações que ainda não te dei.

Amanhã ou depois. Um paraíso perdido no meio do nevoeiro
e das balas.