30.11.15

calmaria

calmaria de bonança me inunda os braços de mar
já caídos sob a maré vazia do teu corpo

lua cheia numa madrugada suave e límpida
como água corrente

sussurrar de ramos floridos no outono

frases soltas e dispersas, soluçando nesta mesa
de telhas partidas

Ouvi-te. Cantavas no cimo da colina, com um
pássaro poisado no corpo mansamente belo e
transparente.

Queria viver assim, simples, crua, fluida.
Como uma estrela pendurada nos teus cabelos.